Description
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Aspectos éticos O estudo ocorreu em conformidade com o preconizado pela Resolução 466/2012 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP. Seu projeto foi autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética da instituição signatária, que autorizou a dispensa de assinatura do Termo de consentimento Livre e Esclarecido por utilizar dados secundários. Desenho*, período e local do estudo Estudo transversal, recorte de pesquisa matricial realizada em dois hospitais que realizam o parto pelo Sistema Único de Saúde no munícipio de Maringá-PR, Sul do Brasil, sendo somente um deles hospital amigo da criança. O estudo matricial objetivou avaliar o ganho de peso gestacional e a retenção de peso pós-parto e possível relação com as condições de vida e saúde da criança. Para elaboração e descrição do estudo considerou-se as orientações do Strengthening the Reporting of Observational studies in Epidemiology (STROBE)(8). População ou amostra; critérios de inclusão e exclusão A população do estudo foram os filhos de mães que participaram da pesquisa matricial. Na delimitação do tamanho amostral ponderou-se a prevalência de 30,2% de desmame antes dos 180 dias de vida(9), o número de 5157 crianças nascidas em 2017 no município, segundo o Sistema de Informações sobre nascidos vivos (SINASC–DATASUS)(10), o nível de significância de 5%, intervalo de confiança de 95% e erro de 5%, o que resultou em uma amostra de 334 crianças, que acrescida de 20% para possíveis perdas e descontinuidade, totalizou 401 crianças. Foram incluídos no estudo prontuários de crianças que residiam em Maringá, PR, que nasceram com idade gestacional ≥ 37 semanas e que no puerpério imediato estavam em AME. Por sua vez, não foram incluídos os gemelares, os neonatos que interromperam o AME antes da alta hospitalar e as crianças que à época da coleta de dados, ainda não haviam completado 24 meses de vida. Protocolo do estudo Os dados foram coletados no período de março a outubro de 2020 mediante consulta ao prontuário eletrônico das crianças no sistema Gestor da Secretaria Municipal de Saúde. Este sistema é utilizado de forma integrada por todas as unidades básicas de saúde do município, o que possibilitou que os participantes fossem localizados a partir das informações obtidas na pesquisa matricial. A consulta e coleta de dados no sistema gestor foi realizada por uma única pessoa (pesquisadora principal) que, mediante agendamento prévio, compareceu durante oito meses, duas vezes na semana, na sala do CECAPS – Assessoria de Formação e Capacitação dos Trabalhadores da Saúde - da Secretaria de Saúde e acessava o sistema mediante autorização do setor. Os dados de interesse foram os referentes à alimentação, crescimento e atendimentos médicos prestados à criança nos serviços de saúde do município. Foram consideradas como variáveis de exposição: a) características sociodemográficas: sexo (feminino, masculino) e raça/cor (branco, amarelo, pardo, preto); b) dados do nascimento: Apgar 1° minuto e 5° minuto (pontuação), peso e comprimento ao nascer (utilizadas as curvas de crescimento de zero a dois anos, segundo o sexo (meninos/meninas) e considerado peso adequado para a idade o padrão de escore-z ≥ -2 e ≤ +2 e peso inadequado quando elevado para a idade (> + 2), baixo para a idade ( ≥ -3 e < -2) e muito baixo para idade ( < -3); comprimento adequado para idade o padrão de escore-z ≥ -2 e ≤ +2 e comprimento inadequado quando elevado para a idade (> + 2), baixo para a idade ( ≥ -3 e < -2) e muito baixo para idade ( < -3) conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde(11), c) dados de crescimento: peso corporal aos 12 e 24 meses (parâmetros adotados nas curvas de crescimento (OMS,2018), d) condições de vida e saúde - alimentação: AME até os seis meses (somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos)(2), AM aos 12 e 24 meses (leite materno direto da mama ou ordenhado, independentemente de receber outros alimentos)(2), - atualização do calendário vacinal aos 24 meses de idade; - histórico de hospitalização (sim/não); frequência a centro de educação infantil (sim/não). A variável de desfecho primário sob investigação foi à presença (registro em prontuário) de doenças prevalentes da infância nos primeiros dois anos de vida e sua associação com o AME, identificada a partir do diagnóstico registrado pelo médico no prontuário. Este registro é acompanhado do número identificado na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Considerou-se para análise os diagnósticos com frequência ≥ 10,0%: quais sejam: CID J06 – infecção aguda de vias áreas, CID 05 – tosse, CID H66 – otite, CID R50 – febre, CID A09 – diarreia e gastroenterite, CID R10 – dor abdominal e pélvica, CID K59 – transtorno funcionais do intestino, CID K21 – refluxo gastroesofágico, CID N39 – transtorno trato urinário e CID L22 – dermatite das fraldas. Para categorização considerou-se “presença” quando as crianças apresentaram ao menos um episódio das doenças acima mencionadas. Os desfechos secundários foram a associação da alimentação e do crescimento e as referidas doenças, ambos vinculados as recomendações da OMS(2).
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