Objetivo: avaliar o consumo alimentar de usuários da Atenção Primária à Saúde (APS), portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Métodos: Estudo transversal, desenvolvido a partir do Projeto Capacita Doenças Crônicas, em 8 unidades básicas de saúde com 280 usuários, acima de 18 anos, portadores de uma ou mais das DCNT selecionadas para o estudo (obesidade, diabetes e/ou hipertensão). Coletou-se com dois formulários dados sociodemográficos, econômicos, história pregressa de saúde e frequência alimentar. Foi verificada associação entre consumo alimentar e variáveis socioeconômicas, demográficas e de condição de saúde. Resultados: A maioria dos usuários eram mulheres (74,3%), os brancos foram mais frequentes (75,7%) e a idade média foi de 59,8 anos. A maioria era casado (53,9%) e aposentado (38,6%). A escolaridade mais frequente foi o ensino fundamental (61,8%) e a renda, a de 1-3 salários-mínimos (58,9%). Os alimentos de maior consumo (em escore médio) foram: os in natura ou minimamente processados (2,9±1,1), seguidos dos ingredientes culinários (2,8±1,7), dos alimentos processados (2,2±0,9) e, por fim, dos alimentos ultraprocessados (1,8±0,9). A variável socioeconômica escolaridade (n=10), a demográfica situação de moradia (n=15) e a condição de saúde diabetes (n=10) foram as que atingiram a maior quantidade de alimentos/grupos de alimentos com diferenças estatisticamente significativas. Conclusão: Embora os alimentos in natura ou minimamente processados sejam a base da alimentação dos usuários, ainda é frequente a ingestão de alimentos ultraprocessados, que sofre influência, principalmente, da escolaridade, situação de moradia e presença de diabetes.