Description
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O objetivo deste estudo foi identificar iniquidades raciais em saúde bucal na população brasileira. Estudo transversal que utilizou dados de 64.830 brasileiros com idade entre 18 e 59 anos que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Os desfechos foram: autoavaliação de saúde bucal, perda de 13 dentes ou mais, uso de prótese e uso de recente de serviços odontológicos. As variáveis explicativas incluíram raça, sexo, idade, renda, escolaridade e zona de residência. Utilizou-se regressão de Poisson para obter razões de prevalência (RP) com intervalo de confiança (IC) de 95%. Do total, 41,8% eram brancos, 46,2 % pardos e 12,0% pretos. Indivíduos pretos apresentaram menor prevalência de autoavaliação positiva (RP= 0,90 IC95% 0,87-0,93) e uso recente de serviços odontológicos (RP=0,93 IC95% (0,89-0,97), além de maior prevalência de perda dentária (RP=1,32 IC95% 1,18-1,47) em comparação aos brancos. Pardos apresentaram menor prevalência de autoavaliação positiva (RP= 0,94, IC95% 0,92-0,96) e uso recente (RP=0,95 IC 95% 0,92-0,98), e maior prevalência de perda dentária (RP=1,23 IC 95% 1,14-1,34) comparados aos brancos. Os achados revelaram iniquidades raciais em saúde bucal na população brasileira, sendo o racismo o grande perpetuador dessas disparidades.
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